terça-feira, 5 de outubro de 2010

Abriu o mar preto e branco e ele atravessou...

     Eu teria outros assuntos para blogar: a venda , agora inevitável, do Baenão, ou melhor, eu diria, ou pior, a mudança para o bairro do Aurá. Poderia ainda escrever sobre o Re x Pa que terminou 0 x 0 nas urnas, enquanto o ex goleiro azulino, Danrley, conseguiu virar deputado federal em Porto Alegre, com mais de 173 mil votos!! Eu queria evitar falar sobre ele. Não queria dar moral pra esse garoto.Passei alguns meses sendo obrigada, por força da profissão, a me render ao talento dele  e ser justa. Sim, ele precisava ser embalado como uma promessa do futebol bicolor.Eu fiz a minha parte. Eu não era zagueira, mas como o atacante me deu trabalho. Na ilha de edição, levava alguns intermináveis minutos para eu aproveitar o que ele falava. Corta daqui, pega dali e o Moisés fechava a maioria das minhas matérias como o moleque revelação do futebol paraense. Pra que falar bonito? Ora, ora.
  Moisés terminou o campeonato paraense como ídolo da torcida. Era reverenciado pela fiel num cântico bíblico/ profano : " abriu o Mar Vermelho, ele atravessou, uhh, Moisés, é matador..." E o menino, que começou o Parazão voltando pra casa de van, recusando carona de torcedores, por pura vergonha, começava o Brasileiro sondado pelo time dos sonhos de todo aspirante à craque brasileiro.
  Ontem, Moisés foi apresentado, enfim, como reforço do Santos Futebol Clube. Há mais de 1 mês, o tal cântico de adoração da torcida bicolor ao atacante velocista,  foi trocado por  reverências ao jovem 'traidor".Moisés sempre teve o direito de sonhar. Mas não tinha o direito de banalizar o clube que, afinal, lhe proporcionou viver tudo isso. E ontem, o novo menino da Vila parece ter confirmado a musiquinha entoada pela torcida nos últimos jogos do Paysandu, e  pisou na bola dos deslumbrados antes mesmo de estrear.Quando chamado de " Neymar do Pará",Moisés fez beicinho e recusou o apelido. Tolinho...Nem sabe vislumbrar a projeção que isso teria para ele. Aliás, quando se trata de abrir a boca, Moisés deveria pensar mil vezes. Depois de se recusar em ser o " Neymar do Pará " ele ainda se negou a dar  uma mensagem à torcida do Paysandu e se saiu com essa: " Dou graças a Deus que agora estou num clube grande , não mais no Paysandu. " Ainda bem que não foi só ele que saiu ganhando. Com a venda de 80% dos direitos federativos do jogador, o Paysandu saiu lucrando 600 mil reais e daqui há 2 jogos pode subir para a segunda divisão sem sentir falta do atacante. Portanto,que todos, inclusive o time da Vila Belmiro, possa comemorar e que o Neymar paraense brilhe , abençoado por todos os Santos. Isso, se ele  jogar um pouco além do que sabe e falar menos. Afinal, o Neymar paraense deve honrar o apelido só no talento.Porque no time de Pelé, só reina um Neymar. Ainda bem para Moisés. Que o deus da bola e o ganso lhe dêem juízo.Se isso ainda é possível.
    

8 comentários:

  1. Apesar dele começar em um time que eu não sou fã, tenho que confesar, o Moisés é o cara... Torço muito por ele... Isso é ótimo ao futebol paraense, pra levantar de novo o que nos dar tanta alegria... Vamos lá Moisés, dar show e encantar o Brasil como o nosso irmão Ganso fez...

    Bjuxxxx Syanne, belissíma postagem...

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  2. Ele fez a escolha errada, era pra ter pelo menos
    jogado o camp. brasileiro toodo, e ai
    sim pensar em ir pro Santos, agora bora ver se
    ele vai render algo por lá, mesmo tbm nao sendo
    fã do time que o projetou, desejo a ele toda
    a sorte possivel, beijo Syanne (:

    Por: Emerson Nscmnt.

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  3. Ja vi isso antes com o albertinho da copa dos campeões.....e olha onde ele ta agora.....sou remista mais desde o Giovanni que sei que não vai mudar muita coisa aqui pelo Pará enuqanto essas diretorias amadoras só pensarem como amadores....
    é só assistir os garotos irem embora e depois contratarem artista velhos ou operados(e caros) para encerrarem a carreira nos palcos paraenses

    @pedrocostam

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  4. Ganso chegou ao Santos sem nenhum cartaz, e virou xodó da torcida. Giovanni também surgiu de repente, tornando-se um dos maiores ídolos da história do clube. Moisés, por sua vez, tem uma oportunidade única, aterrizando na Vila Belmiro com pinta de craque e grande apelo midiático. Mal foi regulazidado, já é cotado para estrear no ataque santista, na Série A, ao lado de nada menos que Neymar. Voltando alguns meses, veriamos o mesmo Moisés andando de van pela periferia de Belém. Ao mostrar seu talento, foi logo guindado ao time titular do Paysandu, que lhe deu, literalmente, casa, comida e roupa lavada. Hoje, com a visão turva por conta dos holofotes da imprensa, não consegue mais enxergar o passado, desdenhando do Clube que o projetou. Lastimável. Que Moisés seja feliz, e que reflita sobre as palavras de Aristóteles, para quem "a gratidão é o sentimento que mais depressa envelhece."

    @romuloaug

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  5. Que Moisés, que nada. Quem vive abrindo mares vermelhos, azuis, alvi-azuis, roxos ou encarnados jornalismo adentro é Syanne Neno. Que bom poder lê-la (obrigado, Jânio Quadros) de novo como fazia todos os domingos, sequer me interessando pelo resto d'O Liberal. E lê-la (sai daqui, Jânio) no exato momento em que, meio perdido num hotel em Cruzeiro do Sul, Acre, leio a biografia de Nelson Rodrigues, inspirador de Syanne e pai de todos nós, que temos com o JORNALISMO ESPORTIVO (assim mesmo, bem grande)uma relação que envolve craques (fontes de informação) e cracks, de tanto que esse tipo de jornalismo vicia.
    Bem vinda de volta, Minduim, ao lugar de onde você nunca saiu.
    Bjs.
    Pascoal

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  6. E foi pautando uma briga de galo que minha história de amor com o jornalismo esportivo começou...Culpa tua, Pascoal! Muita saudade, Charlie Brown S2

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  7. Perfeito!
    Ele (Moisés) saiu correndo daqui por conta das forças do seu egoísmo, despreparo emocional, inexperiência e pura falta de personalidade. Que Deus ajude ele (apesar de tudo!), pois não é qualquer paraense que consegue uma chance dessas, mas que ele não se esqueça de muitos casos que foram e voltaram... a lista é grande... Wélber, Arinélson, Landu...

    see ya

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