quinta-feira, 7 de outubro de 2010

De Volta Para o Futuro III



Já tinham me falado desse vídeo da Sportv mostrando que o tal papão da curuzu, que o Brasil nunca tinha ouvido falar até a Copa dos Campeões, está há 2 passos de tentar voltar a ser grande.Mas só agora pude ver. O vídeo mostra, principalmente, que não é à tôa que a torcida bicolor anda em êxtase. Eles tem Sandro como craque/ talismã. O volante moderno que coloca a bola onde quer, com um joanete secreto, que lhe faz dar passes de trivela como ninguém.Sandro já foi campeão pelo Grêmio, pelo Sport e pode  voltar a ser com a camisa azul e branca.

 O Paysandu está em Fortaleza, se preparando como um time de primeira divisão, e daqui há 2 dias enfrenta o Salgueiro, em Pernambuco, com um time onde Sandro e Tiago Potiguar são as estrelas solitárias,mas que traz o acesso à série B como uma realidade iminente. É o passado batendo à porta do Paysandu Sport Club. Desde a queda para a segunda divisão, em 2005, o torcedor bicolor se acostumou a viver apenas das lembranças e do orgulho desse tal passado.Hoje, esse mesmo passado, é simbolizado por Sandro. O capitão não parece ter voltado  à tôa. Venceu o problema de coluna  e hoje, estufa o peito,bem à vontade, querendo mais uma faixa de campeão, no  time que o projetou para o Brasil.E mesmo o torcedor bicolor mais cético, aquele jornalista mais ranzinza, se rende. Dessa vez, time coeso, tradição e torcida apaixonada fazem uma combinação que não merece outro desfecho.

 E assim, como no acesso à série A, em 91 e 2001, o Paysandu, no sábado, pode começar a estrelar o trailer do De Volta Para o Futuro III. E o futuro atende pelo nome de primeira divisão. De volta para a primeira divisão, sim, por que não? Porque é lá o lugar de um time que já surpreendeu o Brasil e o mundo. Mística e tradição, ele tem. Torcida, nem se fala.Quanto à organização, vamos sonhar que possa ser um pouco diferente, com uma volta à divisão de elite.Afinal, tanta coisa muda nessa vida...E  quem sabe a repórter que aparece nesse vídeo postado, como uma voz narrando os gols da histórica vitória na Libertadores, não possa estar , daqui há 2 semanas, postando um blog histórico com mais uma conquista do Papão da Curuzu? Porque, afinal, tradição não se apaga.

 Há 7 anos, no auge da papaosurpresa pelo Brasil, fui na TV Globo e lá todos me reconheceram e me chamaram  de "repórter do papão da curuzu" Não, eu não era repórter setorista e muito menos eles tinham essas brincadeirinhas irritantes de arriscar o time pelo qual torço. Era apenas o reconhecimento de um time que encantava o Brasil com uma torcida apaixonada. A repórter não é mais " do papão da Curuzu", não estou mais na TV, o time que surpreendeu o país hoje vive longe da mídia, mas em questão de semanas, o tempo pode voltar. Tic tac, tic tac...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Abriu o mar preto e branco e ele atravessou...

     Eu teria outros assuntos para blogar: a venda , agora inevitável, do Baenão, ou melhor, eu diria, ou pior, a mudança para o bairro do Aurá. Poderia ainda escrever sobre o Re x Pa que terminou 0 x 0 nas urnas, enquanto o ex goleiro azulino, Danrley, conseguiu virar deputado federal em Porto Alegre, com mais de 173 mil votos!! Eu queria evitar falar sobre ele. Não queria dar moral pra esse garoto.Passei alguns meses sendo obrigada, por força da profissão, a me render ao talento dele  e ser justa. Sim, ele precisava ser embalado como uma promessa do futebol bicolor.Eu fiz a minha parte. Eu não era zagueira, mas como o atacante me deu trabalho. Na ilha de edição, levava alguns intermináveis minutos para eu aproveitar o que ele falava. Corta daqui, pega dali e o Moisés fechava a maioria das minhas matérias como o moleque revelação do futebol paraense. Pra que falar bonito? Ora, ora.
  Moisés terminou o campeonato paraense como ídolo da torcida. Era reverenciado pela fiel num cântico bíblico/ profano : " abriu o Mar Vermelho, ele atravessou, uhh, Moisés, é matador..." E o menino, que começou o Parazão voltando pra casa de van, recusando carona de torcedores, por pura vergonha, começava o Brasileiro sondado pelo time dos sonhos de todo aspirante à craque brasileiro.
  Ontem, Moisés foi apresentado, enfim, como reforço do Santos Futebol Clube. Há mais de 1 mês, o tal cântico de adoração da torcida bicolor ao atacante velocista,  foi trocado por  reverências ao jovem 'traidor".Moisés sempre teve o direito de sonhar. Mas não tinha o direito de banalizar o clube que, afinal, lhe proporcionou viver tudo isso. E ontem, o novo menino da Vila parece ter confirmado a musiquinha entoada pela torcida nos últimos jogos do Paysandu, e  pisou na bola dos deslumbrados antes mesmo de estrear.Quando chamado de " Neymar do Pará",Moisés fez beicinho e recusou o apelido. Tolinho...Nem sabe vislumbrar a projeção que isso teria para ele. Aliás, quando se trata de abrir a boca, Moisés deveria pensar mil vezes. Depois de se recusar em ser o " Neymar do Pará " ele ainda se negou a dar  uma mensagem à torcida do Paysandu e se saiu com essa: " Dou graças a Deus que agora estou num clube grande , não mais no Paysandu. " Ainda bem que não foi só ele que saiu ganhando. Com a venda de 80% dos direitos federativos do jogador, o Paysandu saiu lucrando 600 mil reais e daqui há 2 jogos pode subir para a segunda divisão sem sentir falta do atacante. Portanto,que todos, inclusive o time da Vila Belmiro, possa comemorar e que o Neymar paraense brilhe , abençoado por todos os Santos. Isso, se ele  jogar um pouco além do que sabe e falar menos. Afinal, o Neymar paraense deve honrar o apelido só no talento.Porque no time de Pelé, só reina um Neymar. Ainda bem para Moisés. Que o deus da bola e o ganso lhe dêem juízo.Se isso ainda é possível.
    

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Torço, logo existo.

" Não existe jornalista de esportes, especialmente os que trabalham com futebol, que não tenha um time de infância. Ou melhor: há. Aqueles que nunca tiveram paixão pelo futebol e que optaram pela área esportiva apenas como meio de desenvolver profissionalmente podem nunca ter escolhido uma equipe para torcer.(...) 
(...) Vergonha para jornalista de qualquer área  é não declarar sua preferência. Jornalista político tem o direito e o dever de votar.O fato de ter que comportar-se com isenção no período eleitoral não o obriga a  anular seu voto.Da mesma forma, jornalista esportivo não deve nunca se envergonhar de torcer por essa ou por aquela equipe. Vergonha, para jornalista é equivocar-se na informação, coisa comum quando se trata de apuração. Mas mentir sobre uma coisa que diz respeito à sua própria vida é esquecer-se do maior compromisso do jornalista: o compromisso com a verdade." ( Paulo Vinicius Coelho)